quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Programa Rumo ao Podio

Alcançar uma medalha olímpica é o sonho de qualquer atleta. É nesse contexto que está inserido o Programa Rumo ao Pódio Olímpico, patrocinado pela Tetra Pak e implementado pelo Instituto Joaquim Cruz, em parceria com o Governo do Distrito Federal. O Programa é direcionado ao esporte de alto rendimento, referindo-se somente ao atletismo (meio fundo e fundo).
Para selecionar os 30 jovens que fazem parte do Programa, foi realizado um longo processo seletivo. A princípio, houve mais de mil jovens inscritos. Os testes consistiam em corridas de 600 metros, sendo que os jovens com os melhores tempos avançavam para as outras etapas. Ocorreu um total de quatro testes, um a cada final de semana. Então os jovens com os 50 melhores tempos, de acordo com divisões de faixa etária e de sexo, conquistaram a oportunidade de treinar durante dois meses com equipe do Programa. Naturalmente foi testada a persistência dos jovens ao longo dos testes. Alguns desafios e dificuldades foram enfrentados por eles, mas isso não fez com que eles desistissem. Essa é uma das características que definem os grandes campeões.
Antes de o treinamento iniciar, logo após a definição desses 50 atletas, houve uma reunião que envolveu a equipe do Programa, esses jovens e seus familiares. Isso teve um significado muito importante, pois realmente todos fazem parte dessa iniciativa. Foi um dia maravilhoso, no qual percebemos o significado que essa oportunidade tem para eles. Esclarecemos rapidamente o papel dos profissionais envolvidos e realizamos avaliações físicas. Destaca-se também que foi aplicado um questionário tanto para os pais como para os jovens, com a finalidade de obter informações sócio-demográficas e psicológicas. Os jovens ficaram muito entusiasmados com o começo do treinamento.
Então esse período de treinamento foi iniciado. Todos os 50 jovens e a Equipe do Programa aprenderam bastante nesses dois meses. Agora já foram definidos os 30 atletas que farão parte do Programa. Para chegarmos a essa definição, diferentes aspectos foram observados: psicológicos, sociais, físicos e técnicos. Todos esses fatores foram considerados na hora de selecionar os jovens. O Programa tem se preocupado tanto com os 30 atletas que foram selecionados, como com os 20 atletas que não foram. Outras alternativas têm sido buscadas, fazendo com que os jovens permaneçam na prática do atletismo e mantenham contato com a equipe do Programa Rumo ao Pódio Olímpico. Destaca-se que, antes da definição dos 30 atletas, houve a preocupação de preparar todos os jovens para a possibilidade de serem selecionados e também para a possibilidade de isso não acontecer. A Equipe também se preparou para esse momento de definição, que naturalmente mexe com sentimentos adquiridos durante essa convivência.
Foi muito gratificante notar o empenho dos 50 jovens ao longo desse período de dois meses treinamento. Alguns descobriram o atletismo a partir desses testes e mostraram um potencial enorme. Eles apostaram em um sonho e deram chance a uma nova possibilidade. Eles arriscaram e encararam o desafio. Os treinos foram realizados de manhã ou de tarde, de segunda a sexta. Há exemplos de jovens que acordavam 5 horas da manhã para chegar pontualmente aos treinos. Há exemplos de jovens que saíam do treino às 18 h e chegavam em casa somente às 22 h. Não é qualquer um que faz isso, principalmente quando se tem 16 anos de idade.
Um dos diferenciais do Programa é a formação de uma equipe multidisciplinar para auxiliar os atletas, contribuindo para a saúde e rendimento deles. Diversos fatores influenciam no desempenho dos atletas e é justamente por isso que essa equipe foi formada, sob a coordenação da Profa. Katia Rubio. Esses jovens serão preparados para lidar com as demandas envolvidas nos treinamentos e competições. Haverá vários desafios durante a trajetória dos atletas e eles estarão prontos para enfrentá-los.
A Psicologia do Esporte tem um importante papel na construção da mentalidade de campeão. Além de conquistar medalhas olímpicas (objetivo final), busca-se fazer com que os atletas assimilem valores relacionados à educação, ética, persistência, trabalho e respeito mútuo. O Programa não busca apenas descobrir atletas, mas principalmente desenvolvê-los. Atividades variadas serão realizadas, envolvendo atletas, a equipe técnica, a equipe multidisciplinar e também os familiares dos atletas. Tem sido fundamental a presença da Psicologia desde o início do programa, o que faz com que os atletas e a equipe técnica assimilem melhor a importância desse tipo de trabalho. A rotina de atuação tem sido estabelecida, com grande reconhecimento e aceitação dos jovens e da equipe técnica. Eles sabem que além do treinamento na pista, haverá outras atividades relacionadas à equipe multidisciplinar e que também fazem parte do treinamento. Essa será a rotina deles.
Desde já, avaliações têm sido realizadas com a finalidade de conhecermos melhor características desse grupo de atletas. No momento, as atividades têm sido desenvolvidas coletivamente, mas em breve haverá a realização também de atividades individuais. Estamos em um momento de elaboração de um planejamento anual, relacionado às ações da equipe técnica e também da equipe multidisciplinar. É claro que mudanças podem ocorrer nesses planos, mas sempre é importante definir um ponto inicial, com base nos objetivos definidos e nas fases de treinamento. O planejamento também será fundamental para a Equipe se organizar, dividindo tarefas e o tempo disponível com os atletas. A Equipe está comportando-se cada vez mais como equipe, percebendo que o compartilhamento de informações, a colaboração e a confiança mútua são fundamentais para a realização das tarefas e alcance dos objetivos.
Levando-se em conta que o Programa Rumo ao Pódio Olímpico é a longo prazo, é muito importante manter os atletas motivados ao longo desse tempo. É fundamental que eles desenvolvam satisfação pela atividade e por tudo que ela proporciona (motivação intrínseca). A Equipe tem ficado atenta às condições que fazem com que o treinamento seja mais agradável. Por exemplo, todo mês um dos treinamentos é realizado na Floresta Nacional, o que quebra a rotina e acrescenta às atividades um contato maior com a natureza.
O estabelecimento de metas também será aspecto chave para a manutenção da motivação dos jovens. Falar em medalha olímpica soa como algo muito distante se não forem estabelecidos os passos necessários para chegar até esse objetivo final. Esses degraus sucessivos serão estipulados, tendo em vista o ritmo de desenvolvimento de cada atleta.
O Programa busca a excelência. É necessário que tanto os atletas como os profissionais envolvidos não se acomodem, superando-se a cada momento. O planejamento, a avaliação constante das atividades realizadas e o aperfeiçoamento contínuo são imprescindíveis para que os objetivos sejam alcançados. Todos os integrantes da Equipe são cobrados em relação à busca por informações, tendo a responsabilidade de multiplicar o conhecimento adquirido a partir das ações realizadas. A ideia é compartilhar o que for aprendido e desenvolvido.
Para maiores informações, acesse o site do Instituto Joaquim Cruz: http://www.ijcdf.org/. Estamos também no facebook: https://www.facebook.com/podioolimpico.ijc?ref=tsLá você pode visualizar fotos e diversas informações referentes às ações realizadas até o momento. Em breve postaremos informações mais detalhadas sobre a conclusão do processo seletivo e o começo do treinamento com a equipe de 30 atletas.

Equipe do Instituto Joaquim Cruz – Programa Rumo ao Pódio Olímpico

terça-feira, 17 de julho de 2012

Curtas 17/07/2012

Basquete
Publiquei uma postagem sobre  Marcelinho Huertas  e as estratégias mentais que ele utiliza para manter seu alto nível em competições. Pois bem, ontem ele fez uma excelente exibição em jogo amistoso entre o Brasil e os Estados Unidos. O fato que me chamou atenção foi uma matéria da ESPN Brasil onde mostrava o comentarista americano referindo-se ao Marcelinho como o Steve Nash brasileiro. O comentarista elogiava o armador mas ressaltava que ele não jogaria na NBA pela excelente situação que se encontra no basquete espanhol.

Natação
Saiu uma matéria no terra sobre as mudanças de postura da natação brasileira. Enquanto em Atenas os nadadores eram autorizados a permanecer na vila olímpica após suas competições, em Pequim essa prática foi proibida para coibir a perda de foco dos atletas que ainda não haviam competido. Esse pensamento vai ao encontro do que expus na postagem sobre a tietagem do Neymar publicada há alguns dias. Bom saber que os técnicos estão aprendendo com a experiência!

Volei de praia
Na Folha de São Paulo de hoje saiu uma reportagem sobre o Crytal Palace (sede do Brasil). Entre as várias adaptações exigidas pelos dirigentes brasileiros a que nos interessa é a montagem de aparelhos 'idênticos" aos que serão utilizados pelos atletas. Por exemplo, as quadras de volei de praia utilizam a mesma areia das arenas oficiais e estão na mesma direção, ou seja, os atletas poderão treinar com a mesma posição do sol. A simulação é um tipo de estratégia comentada pelo PhD Terry Orlick em seu livro "Em busca da excelência".


Atletismo
Keila Costa foi entrevistada pela ESPN e mostrou algumas diferenças entre seus objetivos pessoais para os jogos de Atenas (participação), Pequim (final) e Londres (pódio). Já escrevi sobre metas em outras postagens, entre elas uma das que mais gostei de ter escrito é sobre o Rubens Barrichello.


Alguma matéria sobre o tema que lhe permetiu refletir? Compartilhe conosco!

Jogos de Londres e as postagens no blog

Com a proximidade dos Jogos Olímpicos de Londres o esporte começa a fazer parte do cotidiano de uma gama muito ampla de pessoas. Esse aumento de interesse, vem seguido pelo aumento da produção de conteúdo pelos veículos de comunicação. Para tentar cobrir o que vem sendo produzido pela mídia que diz respeito à Psicologia do Esporte vou utilizar uma estratégia diferente de postagens aqui no blog. Continuarei trazendo reflexões sobre matérias publicadas (com seus links), porém as postagens serão mais curtas. Espero que gostem do novo formato!

Abraços,
Tiago Duarte

Good Luck and Git’er Done in London 2012

Em 2010, o Canadá inteiro parou para celebrar os jogos de Vancouver. O Canadá estava em uma posição um tanto constrangedora pois era o único país da história a receber os jogos Olímpicos sem conquistar medalhas de ouro em seu solo (Montreal 1976). Era preciso mudar essa situação! Um sentimento de patriotismo misturado a honra ferida tomou os canadenses. Muito trabalho, organização e investimentos foram colocados para que Vancouver fosse um marco no esporte canadense. O resultado foi além do esperado. Além de liderar no quadro de medalhas o país conquistou recorde de medalhas de ouro em edições de jogos de inverno.

Após quebrar a "maldição" do ouro em casa e cravar seu nome na história dos jogos, o Canadá tem o desafio de conseguir um bom resultado nos jogos de Londres. Porém, esta é uma tarefa bem mais complicada pois quando não há neve envolvida, o resultado costuma ser mais modesto. Para dar uma forcinha para os atletas que vão ao Reino Unido neste verão europeu, o campeão Olímpico Jon Montgomery (skeleton) fez um vídeo que deve viralizar o país da folha de plátano. Espero que funcione! Afinal o país parou em há dois anos, é hora de parar novamente! Good Luck and Git’er Done in London 2012.


sábado, 14 de julho de 2012

Neymar e as Olimpíadas de Londres




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Uma matéria sobre como o Neymar irá tietar alguns dos atletas mais admirados do mundo, como Lebron James e Usain Bolt durante os jogos de Londres, me fez pensar sobre a postura de alguns atletas ao chegar a uma Olimpíada. Se por um lado temos os olímpicos com chances de medalhas com foco total na competiçāo, por outro lado a maioria dos atletas vão para participar da grande festa do esporte.
Dentre os competidores que partiram para os jogos para trazer medalhas, temos o exemplo de Jaque Silva e Sandra Pires, recompensadas com o primeiro ouro do volei de praia em Atlanta 1996. Elas alugaram uma casa próxima a uma quadra de areia para manterem os níveis de treinamento e diminuirem as distrações sofridas na vila olímpica. Para quem quiser um exemplo mais recente o César Cielo já declarou que durante os jogos olímpicos evitará ao máximo sair da rotina de treinamentos. Segundo o vídeo, César "evitará" contato com os pais,com a namorada e outros familiares que acompanharão os jogos em Londres.
Um livro que trata muito bem a quantidade de distrações sofridas pelos atletas durante este mega evento é o "Medalhistas Olímpicos" da Kátia Rúbio. São inúmeros casos de como a estrutura montada para atender os atletas pode ser um tiro no pé do desempenho esportivo. Um singelo exemplo dos perigos da vila é a disponibilidade de um Mc Donalds 24 horas onde os atletas podem "nutrirem-se" à vontade. Se lembrarmos do Pan no Rio, uma das matérias falava sobre "O recorde batido" de maior quantidade de preservativos distribuídos da história dos Panamericanos.
Mas vamos com calma, há uma grande diferença entre tietar o Usain Bolt e o Lebron e perder a linha na vila Olímpica. Entretanto essa linha pode ficar bem tênue caso não haja uma liderança firme que direcione a atenção dos atletas para o objetivo maior de uma equipe que vai brigar por medalhas.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

III Congresso Brasileiro de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana


LOCAL: UNIP– Campus JK - Rio Preto
DATA: 06 a 08 de setembro de 2012
CONCEPÇÃO: LEPESPE - Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte – IB – UNESP - Rio Claro-sp
ORGANIZAÇÃO: Secretaria de Esportes e Lazer de São José do Rio Preto
PARCERIA:  UNIP – Campus JK | Secretaria de Esportes e Lazer
APOIO :
- Universidade Paulista – UNIP
- Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de São José do Rio Preto - FAPERP
SITE: http://psicologiadoesporte.esp.br/
APRESENTAÇÃO
Em 2012 o evento chega com algumas perspectivas diferentes e ainda mais provocativas para os interessados nesta área; com a temática “O desempenho humano e as novas tecnologias: da reflexão à prática”.
Assim, a promoção de um encontro para discutir os avanços e as novas possibilidades de intervenção no campo da Psicologia do Esporte, merece que seja realizado por meio de um evento, como o III CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE E À MOTRICIDADE HUMANA, para que possa contribuir na formação de profissionais aptos e com competência.
OBJETIVOS
- Incentivar as discussões acadêmicas e técnicas das áreas de intervenção dos profissionais da saúde, do esporte e da educação;
- Socializar conhecimentos a respeito de temas que interferem no desempenho do cidadão comum, do aluno e do esportista em seu ambiente de prática;
- Mostrar e contextualizar as interferências das novas tecnologias no desempenho esportivo e nas relações interpessoais.
- Integrar os profissionais das diferentes áreas de atuação, tendo como base a multidisciplinaridade de conteúdos e conhecimento.

HISTÓRICO
2009 - O I Congresso Brasileiro de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana foi realizado de 05 a 07 de novembro de 2009, contou com a participação de 308 participantes e com a presença do Prof. Dr Antonio Ruy Gomes da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, da cidade de Braga, Portugal, como convidado internacional. 
2010 - O II Congresso Brasileiro de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana foi realizado de 11 a 13 de outubro de 2010 e em sua segunda edição obteve a participação 319 pessoas.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Inscrições de trabalho: até as 23h59 do dia 29/07/2012
Investimento: - Profissional = R$ 100,00
                     - Estudante = R$ 50,00


Postagem feita por
Lucas Ribeiro Cecarelli
Bacharel em Educação Física pela UNESP – Rio Claro
Licenciando em Educação Física pela UNESP – Rio Claro
Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte
Bolsista de Iniciação Científica CNPq/PIBITI
Contato: lucas_cecarelli@lepespe.com.br