quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ayrton Senna

Ao ver este vídeo me veio em mente a forma com que certas pessoas impactam nossas vidas. Ayrton foi o exemplo de alguém que impactou uma nação inteira. Tenho 30 anos, portanto era bem jovem, mas lembro-me como se fosse hoje do silêncio e sofrimento que pairava no ar daquele sábado, quando o Brasil perdeu o jogo contra a França.

Quero deixar claro que não sabia ao certo porque chorava, mas a forma com que o silêncio era rasgado pelo choro de pessoas que amo (meus irmãos), trazia uma dor... e sendo assim eu chorava, mesmo sem entender.

No outro dia pela manhã, algo aconteceu, gritávamos, pulávamos e aquela tristeza que deixava um vazio na alma, não mais existia, pois esse espaço tinha sido preenchido pela vitória do novato Ayrtn Senna.

Costumo falar em palestras para alunos do terceiro ano que uma das diferenças entre o Ayrton e nossos outros campeões era que ele mostrou para todos os brasileiros que nós poderíamos erguer a cabeça. Com o simples gesto de levantar a bandeira no pódio, ele colacava toda uma pátria no lugar mais alto do pódio, pois não era uma vitória individual, mas algo de todos!

Gosto de lembrar que em 1986 havia 16 anos que o país do futebol não ganhava um copa, pior, vira e mexe alguém lembrava o que Nelson Rodrigues tinha escrito, criando uma profecia auto-realizadora chamada "sindrome de vira-lata", diminuindo ainda mais a imagem que o país tinha de sí mesmo.

Obrigado Ayrton!
Esse é um caso de como o esporte transcende o campo esportivo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Usain Bolt



Gostei muito da matéria. Tenta mostrar quais as possíveis vantagens que o "Fenômeno" Usain Bolt possui sobre seus concorrentes.

aos 3 min e 30 surge o ponto alto, afinal, para quem é apaixonado por esporte é claro que gosto de saber curiosidades sobre altura, peso, distância das passadas... mas o que gosto mesmo é de Psicologia do Esporte! ...voltando aos 3min e 30, a Dra Kátia Rúbio discorre sobre nivel de ativação óptima, onde o atleta está preparado para desempenhar sua tarefa com o máximo de eficiência psico-fisiologica. Outra forma de falar sobre este estado pode ser representada pelo gráfico do U invertido, tão discutido em tantos livros de psicologia do esporte.

Para quem quiser ler um pouco mais sobre o tal nível ótimo, este é um artigo da própria Kátia!
Boa leitura!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Transpor limites ou Transcender limitações?





Uma pergunta que permeia o contexto esportivo é qual o objetivo do esporte? Várias respostas que geram novas perguntas são encontradas, seria superar os limites do homem? ou transpor obstáculos? vencer o oponente ou vencer a sí mesmo? Dependendo da pessoa que responder a resposta muda bastante.

O Barão de Coubertin, pedagogo e historiador francês, reconhecido como o fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna, baseado no lema olímpico cunhado pelos gregos Citius, altius, fortius "Mais rápido, mais longe (ou mais alto), mais forte", responderia que seria pouco apenas medir quem ganha, mas exaltaria o prazer no esforço!

Esta matéria da Globo consegue traduzir um pouco este prazer, prazer que vai além de vencer o outro, vai além de transpor limites da quadra, campo ou pista... para estes atletas imagino que seria transcender as limitações físicas impostas pela "tragédia" ou pela doença, transcender todos os problemas da vida cotidiana. Aproveitando todas as possibilidades que o esporte oferece!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Yelena Isinbayeva

Achei muito pertinente postar este vídeo, afinal é interessante perceber o olhar que cada meio de comunicação dá ao mesmo fato. Foi refletindo sobre este viés de quem conta a história que penso sobre a importancia da formulação de boas perguntas.

Um atleta de ponta está (ou deveria) acostumado com as perfuntas básicas que dependendo do resultado normalmente aparecem. Na vitória: A quem você dedica? Em quem você está pensando? Como foi a preparação? Como você acha que o povo brasileiro está se sentindo?
Na derrota: O que foi que aconteceu? O que deu de errado? Como você explica? Estava com alguma lesão?




Mas o que me agradou neste vídeo é o fato do psicólogo... ops o repórter, ao fazer uma pergunta que sai do roteiro básico, ter utilizado uma "técnica" chamada por Milton Erickson de "truísmo" onde ele fala várias coisas óbvias: "todos querem ver vitórias, todos querem ver recordes, mas você é humana, quer falar um pouco sobre isso?"

BINGO!!! Sai a resposta pronta estilo: "A pista estava boa, o vento estava bom, tudo estava ok. Não senti nada, não estou com lesão. Eu estava concentrada, fiz como sempre faço. Entrei na disputa em 4m75 e depois tentei 4m80 porque essas são marcas que eu costumo bater com frequência em treinos."

Entra a resposta expontânea que fala do que ela está sentindo: "é claro que eu sou humana e às vezes, tenho alguns problemas privados, mas tenho de focar no esporte. Talvez hoje eu esteja pensando muito nos meus problemas. Preciso mudar isso. Mas eu vou lembrar deste dia durante toda a minha vida!"

Obrigado pela pergunta! Mostrou que mesmo uma "heroína" quase sem falhas,com 20 recordes mundiais, é humana, e que pelo próprio discurso deixa claro que poderia ter utilizado do serviço de alguns de meus amigos da Psicologia do Esporte.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Influência dos Pais no Desenvolvimento Esportivo da Criança

Professor Newton Santos Vianna Júnior, M. Sc.
Mestre em Educação Física - Psicologia do Esporte
Belo Horizonte - Brasil
newtonviannajr@superig.com.br

A família tem uma influência muito importante no desenvolvimento das crianças em diversas áreas. No ambiente esportivo não é diferente e essa influência foi fundamental para o desenvolvimento daqueles atletas que conseguiram atingir o alto nível. Estudos realizados com experts, em diferentes esportes, apresentaram fases de desenvolvimento, com características próprias em relação ao envolvimento dos atletas, técnicos e pais.

Uma grande discussão é sobre o aspecto genético na contribuição para o atleta chegar ao alto nível. Muitas famílias de esportistas crêem que seus filhos são esportistas porque são geneticamente "dotados do esporte". Se conversarmos com estas famílias veremos que os próprios pais foram os primeiros "técnicos", foram os responsáveis pelo interesse dos filhos pelo esporte, ou iniciaram os filhos nas atividades esportivas, por acharem que é importante ou pela própria companhia na atividade. Por certo a genética é importante, mas a oportunidade de participar e vivenciar o esporte é muito maior. O ambiente tem uma influência muito mais importante que a genética e é aqui que, tanto os pais quanto os técnicos e professores, podem influenciar.

Na fase inicial, ou de "experimentação", a grande variedade de estímulos e oportunidades nas atividades psicomotoras vão proporcionar uma base de experiências e diferentes "situações-problemas" que levarão a criança a vivenciar, em um primeiro momento, através da solução baseada em tentativa e erro, e em uma fase posterior, através de uma atividade orientada pelo técnico ou professor, a oportunidade de aumentar sua capacidade e habilidade de praticar atividades com sucesso e enriquecendo seu repertório cognitivo e motor.

Neste momento, o mais importante é o divertimento, lazer. A família deve participar incentivando e apoiando os filhos, valorizando o esforço e a dedicação. Esta é única cobrança admitida. Os pais devem estar atentos para evitar cobrar de forma estressante e ameaçadora o desenvolvimento, baseado somente em resultados. A grande contribuição que os pais podem dar nesta etapa é a de proporcionar uma diversificação de estímulos e apoiar a participação e o divertimento da criança.

Na fase intermediária, ou de "especialização", a criança já começa a se interessar por uma ou duas atividades em especial. Ainda é importante se dedicar a mais de um esporte. Existe uma maior dedicação à aprendizagem e ao desenvolvimento das atividades escolhidas, e começa uma prática mais estruturada com um tempo maior de prática nesta atividade. A especialização se refere à atividade escolhida, (ex. Voleibol) e não a uma situação específica dentro da atividade (ex: cortador ou levantador). A família aumenta o apoio financeiro, assim como a procura pelas melhores condições materiais, instalações e profissionais qualificados.

Na fase final, ou de "investimento", a criança começa a se dedicar a apenas uma atividade. O compromisso dedicado à prática da atividade, assim como o tempo de treinamento e a preparação são mais intensos. As atividades são mais elaboradas e o nível das habilidades é mais refinado. Dependendo do esporte, podemos notar um amplo domínio da técnica para a execução. A motivação e o nível de esforço requerido para o desenvolvimento são maiores, e o domínio das habilidades, por parte da criança, já pode ser percebido como muito superior ao das pessoas da idade dela. Os resultados, tanto de performance, quanto de classificação em competições, já são comuns, e devem ser valorizados e constantemente reavaliados para orientar o desenvolvimento da pessoa. Nessa etapa, o envolvimento com o técnico é maior do que com a família. O papel da família é, principalmente, o de mostrar interesse e apoiar a atividade escolhida, ajudar a enfrentar as dificuldades e situações que possam prejudicar o desenvolvimento do atleta, sejam de ordem financeira, social, educacional ou de saúde.

Essas fases comprovam a evolução da aprendizagem até a especialização, dando ênfase especial ao papel do treinamento estruturado e bem organizado, assim como o aspecto construtivista no desenvolvimento da performance do "expert". Em cada uma dessas fases, o papel dos pais é diferente e necessário.

É necessário um desafio nas tarefas a serem realizadas, no sentido de incentivar a preparação e evitar o desestímulo e o abandono da atividade. As metas devem ser desafiantes, mas alcançáveis, gerando a necessidade e o interesse pelo desenvolvimento na prática e no treinamento da atividade, mas sempre de forma educativa, enfatizando a aprendizagem através do divertimento. Os pais podem auxiliar os técnicos relatando as atividades e os comentários a respeito dos treinamentos e das competições.

Todavia, deve haver um equilíbrio na relação atleta-pais-técnico, sendo que o sucesso do desenvolvimento do atleta depende enormemente da convivência harmônica, do comprometimento e do sucesso no trabalho realizado por cada uma das partes dessa tríade. Mas qual seria o nível ideal de cobrança, por parte dos pais, para que seus filhos tenham uma reação positiva no treinamento e principalmente na competição? Verificou-se que baixos níveis de cobrança têm relação com uma reação positiva, e altos níveis de cobrança mostram reações negativas por parte dos filhos.

O mais importante, respeitando-se a individualidade de cada pessoa, é que quanto mais cedo se iniciar o contato da criança as atividades esportivas, quanto mais tempo dedicado a um esporte, maior será o compromisso e orientação, melhor será a qualidade do seu domínio no esporte em questão. Logicamente, ninguém será campeão da noite para o dia. Mas, o primeiro passo já estará sendo dado, participar de uma atividade saudável, prazerosa e em direção ao raciocínio lógico e à estratégia aplicada aos jogos mais complexos e à resolução de problemas na vida.
Então, o que os pais podem mudar na sua postura, de imediato? Quantas vezes, as crianças chegam correndo para nos contar que participaram de uma jogo ou atividade na escola, e a primeira pergunta que fazemos é: "quem ganhou o jogo?" ou "quem foi o melhor?". As perguntas deveriam ser: "você se divertiu?", "você jogou bem?", "o que você gostou mais?", "O que você aprendeu de bom com esta atividade?". A importância é dada ao que a criança gosta e valoriza. Ao mesmo tempo, ela estará desenvolvendo suas habilidades físicas e mentais, iniciando a aprendizagem de lidar com várias atividades, comparar as diferentes performances e resultados. Isso tudo será aprendido sem o estresse causado pela importância que se dá a só vencer ou a ter ótimos resultados a curto prazo.

Provavelmente nem todos chegarão ao alto nível, mas todos poderão participar de atividades que trarão benefícios para a saúde, física e mental, terão oportunidade de conviver em um ambiente saudável, fazer amigos, participarão de eventos esportivos amistosos e oficiais, poderão conhecer outros lugares e outras pessoas que passarão a fazer parte de sua rede de relacionamento ao longo da vida.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pênaltis

Estava vendo o Globo Esporte quando ouço o Marcos dizer sobre suas estratégias para "adivinhar" o canto do pênalti. Em uma postagem anterior (clique no marcador Pênaltis) já havia colocado minha opinião de como o goleiro poderia reagir em uma situação como essa, mas é ótimo ouvir que a tecnologia está disponível para auxiliar quem leva o trabalho para fora do campo físico, afinal observação dos hábitos e padrões dos adversários pode ser encarado, ao meu ver, como "jogo mental"!

Encaro que o trabalho do Psicólogo do Esporte é também "ensinar" ou para quem não gosta do perfil professor do Psicólogo, sensibilizar o atleta neste tipo de novas estratégias, afinal a evolução das ciências do esporte elevam o nível do esporte onde os mínimos detalhes devem ser observados. Falando em detalhes, lembrei de outra postagem rsrs.

neste vídeo aos 3min 40 aparece ponto alto do vídeo, onde ele afirma que estuda os jogadores e joga utilizando a internet, "acabando" com o efeito surpresa da paradinha!

Parabéns Marcos, Jogar com a Cabeça não é só fazer visualização, relaxamento ou manter a concentração no momento certo (o que por sinal ele demonstrou saber muito bem manter)...



"hoje tem internet, youtube, então a gente tem que esperar um pouco pra ver o que o jogador vai fazer!"

Outro ponto que me chamou muita atenção foi que parte da torcida Atleticana ter vaiado o Renan, jogador do Galo que perdeu o pênalti, essa reação corrobora com a imagem da obrigatoriedade do cobrador marcar a penalidade. Demonstra como a pressão está toda em cima do batedor... O goleiro que entende isso pode controlar a ansiedade e aguardar o momento certo de virar Herói... afinal essa foi a Manchete da Folha de São Paulo, De vilão a Herói!