sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"CENSURA" NÃO

Desde que recebi um e-mail da Kátia Rubio dizendo o que havia ocorrido com seu mais novo livro, que não deixo de buscar blogs e postagens na internet que tratem sobre o caso. Fiquei impressionado com a quantidade de jornais, blogs de jornalistas esportivos que estavam dando apoio a esta profissional.

Acabo de receber a seguinte mensagem:
Em primeiríssima mão para vocês

ACABO DE SER INFORMADA QUE O COB, EM DOC ASSINADO PELO NUZMAN, RETIROU A AÇÃO!!!!


Obrigada gente

Sem vcs isso não teria ocorrido.



Pois é logo depois achei no blog do Juca Kfouri:

O COB volta atrás

A professora Katia Rubio acaba de ser comunicada de que o Comitê Olímpico Brasileiro não irá mais exigir a retirada de circulação de seu livro "Esporte, Educação e Valores Olímpicos".
Mais: o COB se desculpa por ter feito o que fez.
Melhor assim.
E ainda bem.
Nada como não se calar diante do absurdo.
Em minutos, mais detalhes.

Mas vale apena citar o comentário anterior.

Que vergonha!

From: "Paulo Murray"
Date: Thu, 4 Feb 2010 16:38:08
To: ;
Subject: vergonha

Caro Richer,


Do seu colega de COB, nada me espanta.
Mas muito me admira você compactuar com tamanha soberba.
Não posso acreditar que uma pessoa que viveu o Olimpismo por quase toda vida, possa corroborar com uma atitude covarde, medrosa , mesquinha e ditatorial como esta do Sr. Nuzman, ao tentar censurar uma das pessoas que mais se dedicam ao movimento Olímpico no país.
Vocês deveriam agradecê-la, ao invés de intimidá-la. 
O trabalho dela só beneficia o país, que segundo vocês é olímpico, mas na verdade nem sequer sabe o significado da palavra.
Andem pelas escolas e verão que nossas crianças não tem idéia que é o Movimento Olímpico.


Tudo isso porque ela não passou o penico pedindo dinheiro ao COB?
Vocês precisam entender que um país se forma através de opiniões divergentes e debates.
Esta cartilha de vocês talvez se enquadre na Venezuela, mas não mais aqui.


Se realmente tem , como dizem, o espírito Olímpico, tomem a única medida decente nesta situação e peçam desculpas à professora Katia Rubio.


Ao invés de se preocuparem com pessoas que estão ajudando, deveriam atentar para que o Rio 2016 não se torne no escândalo que foi o Pan 2007.


At,


Paulo Murray

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Juca Kfouri e seu apoio à Kátia

Mais um alento para todos que acreditam que a informação deve servir para educar!

O Juca Kfouri voltou de férias e já começou a botar a boca no trambone sobre o absurdo que vem acontecendo com a Kátia Rúbio.

Em seu blog já comentou brevemente sobre o caso:


Bom dia!

Fim de férias.
...
E de lamentar.
....
Para não falar da pornográfica redução da pena de Diego Souza na justiça esportiva de São Paulo e da ridícula açao do COB contra o livro da psicóloga Kátia Rúbio, das mais sérias e respeitadas do país, apenas porque o título de seu livro tem a palavra "olímpicos".
Mas há, também, o que festejar. Para ler toda postagem clique aqui.
Também referiu-se ao caso nos comentários :
[thiaragao] [Campinas] 
Juca, Tente dar uma força no caso absurdo da Kátia Rubio. Publique na Folha, fale na ESPN, na CBN, com o mundo!! A comunidade acadêmica da Educação Física agradece. Bom retorno!! Thiago Escher

03/02/2010 11:52

RESPOSTA:
Anteontem no Linha de Passe, hoje na CBN, amanha na Folha.

Como ajudar o Haiti?

A cada notícia que vejo sobre a tragédia no Haiti me pergunto como poderia contribuir para diminuir com o sofrimento dessas pessoas. Este tipo de pergunta, ao meu ver, deveria rondar os pensamentos de psicólogos, mas é engraçado pois ao buscar a psicologia do esporte eu estava fugindo deste tipo de problema. Queria trabalhar com o rendimento, melhorar o que já é bom... não é de hoje, mas fui vendo que existem oportunidades para o Psicólogo do Esporte que transcendem (e muito) o rendimento.


Lembrei na hora do livro "Schakleton: Uma Lição de Coragem" (mais sobre o livro), talvez alguns pensem que estou forçando a barra comparando uma expedição à Antártida com uma das maiores tragédias desde século. Entretanto ler o depoimento do Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, no site do Fórum Olímpico de Portugal me deu coragem de falar sobre isso. 
Ele diz:  “o desporto pode ser visto em qualquer parte do mundo. Viajei por países repletos de pobreza. Por comunidades em luta pela sobrevivência. Por lugares devastados pela guerra, onde toda a esperança parecia perdida. De repente, aparecia uma bola feita de sacos plásticos ou de jornais atados com um cordel. E víamos o desporto dar vida aos sonhos e às esperanças.”


O trecho do livro que chamou minha atenção dizia de como Sir Ernest Schakleton, utilizava o esporte (no caso futebol) para distrair seus homens da dura realidade em que estes se encontravam, evitando que perdessem as esperanças de serem resgatados. O livro ainda cita que esta era uma forma de seus marujos manterem a forma física. Fazendo uma outra leitura, esta forma de preencher os horários vagos pode ser encontrada em alguns consultórios de psicólogos cognitivos como uma "tarefa" muito útil em casos de depressão, evitando que a pessoa fique muito introspectiva e crie cenários piores do que já estão. 
Me pergunto: após estas semanas de choque inicial será atividades recreativas ou esportivas poderiam ser utilizadas como forma de "metaforizar" a possibilidade vitória? Ou apresentar novas possibilidades?


Em apresentação oral durante o II Congresso da Abrapesp sobre a utilização de bicicletas no contexto anti-manicomial, Duarte e Duarte (2009) afirmam que a bicicleta (ou qualquer outro equipamento esportivo) não faz o trabalho sozinha, há contextos onde se faz necessária a condução das atividades por pessoas capacitadas, facilitando a re-significação das reflexões geradas pelo grupo.



Mas e os equipamentos esportivos... está faltando comida no Haiti, teremos que doar bolas e afins?!?! Pensando nisso resolvi citar outro
blog, onde o colunista fala como sacolas plásticas estão virando bolas na África do Sul.


Não deixem de ler a matéria no site português e descubra por quanto foi vendida a "bola de sacos plásticos". 

Fórum Olímpico de Portugal desaprova "censura"

Cada vez mais pessoas estão demonstrando seu descontentamento com a "Censura" imposta à Prof Kátia Rubio.


Carta de Professor da USP que nos autorizou a divulgá-la.


Excelentíssimos,
É com indignação, temeridade e perplexidade que recebo a notícia de que o COB solicita o recolhimento do livro Esporte, educação e valores olímpicos, de autoria da pesquisadora, professora e escritora Katia Rubio, cuja contribuição para o desenvolvimento dos estudos acerca do esporte, do olimpismo e do imaginário olímpico é inestimável. Segundo documento do COB, o "uso dos termos 'olímpico', 'olímpica', 'olimpíada', 'Jogos Olímpicos' e suas variações... são de uso privativo do Comitê Olímpico Brasileiro no território brasileiro". 
Diante do teor do documento, gostaria de questionar em que momento o Brasil, representado pelo COB, comprou os direitos autorais dos gregos para ter uso exclusivo de um termo (Olimpíada) que foi cunhado para homenagear os deuses do Olimpo. Será que a negociação foi feita diretamente com os deuses? Sequer a língua que usamos é nossa, já que se chama "portuguesa", a qual, por sua vez, faz parte das línguas românicas, que tiveram origem a partir do latim, antiga língua dos Lácios incorporada pelos romanos, os quais tinham muito mais respeito pelos gregos (afinal, nunca tentaram "patentear" nenhuma de suas palavras).
Também desconheço essa manobra de tornar palavras de "uso privativo". Se isso é legal, gostaria de registrar "felicidade", "esperança" e "vitória" para uso privativo meu. E sugiro, o quanto antes, que o COB registre "vergonha", "censura" e "autoritarismo", pois lhe cabem com justeza e justiça.
Num país (prefiro não dizer qual, pois temo que a palavra também já tenha sido "patenteada") em que já nos acostumamos com o "pão e circo" promovido pelos donos do poder (de todas as esferas, inclusive do esporte), de cujos reais interesses sempre desconfiamos (para não dizer que sabemos), a palavra de ordem é festejar. Então, festejemos os "jogos modernos que aludem aos jogos gregos que homenageavam os deuses do Olimpo" (desculpem-me a perífrase, mas temo represálias pelo uso da palavra adequada e agora tornada de uso restrito)! Vamos fazer festa, já que qualquer manifestação em contrário será tachada de anti-patriótica. Sim, façamos festa! Mas nem por isso deixemos de trabalhar.
É o que pretende a profa. Katia Rubio, continuar trabalhando, como faz há anos. Só que seu trabalho é justamente investigar o imaginário do esporte, dos Jogos (vocês-sabem-quais-são) e dos atletas que o praticam. E não de qualquer maneira, mas com seriedade, rigor acadêmico, científico e reconhecimento nacional pela enorme contribuição que, muito antes da festa de 2016, e independente dela, tem prestado. Estudos legitimados por seus pares e, principalmente, pela mais importante universidade deste país, a qual felizmente posso mencionar, não por fazer parte dela, mas por ser de uso privativo – a USP.
Portanto, só pode caber repúdio à censura imposta pelo COB (posso usar a combinação destas três letras?)!
É inadmissível que se confisque palavras do dicionário, da nossa vida comum, e proíbam determinadas pessoas (sim, porque a palavra está em todo canto da mídia) de usá-las. É inadmissível que se proíbam livros, quaisquer que sejam seu teor. É inadmissível que, num país democrático e com direitos assegurados pela Constituição, qualquer cidadão seja privado de expressar suas idéias.
Dessa forma, antes de tornar público meu email, solicito que se devolvam as palavras aos seus lugares de origem, ou seja, ao povo, ao falante, ao brasileiro, seja ele escritor, atleta ou dirigente, e que cesse qualquer atitude de censura a quem contribui para o esporte e o estudo dos jogos olímpicos (desculpem-me pelo uso da palavra).
Grato pela oportunidade de usar as palavras que ainda me são permitida usar,
Prof. Dr. Rogério de Almeida
Faculdade de Educação da USP
Av. da Universidade, 308
CEP 05508-040 - São Paulo - SP

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O caso sobre a "censura" ganhando forças!

Isto mesmo, vários blogueiros e sites estão noticiando o quem vem ocorrendo com a Prof. Dra Kátia Rúbio.
Entre eles o Blog do José Cruz, envolvido com os bastidores da política e economia do esporte a mais de 20 anos.


Decisão antipática dos "Senhores dos Aneis"

         Num país de escassas publicações sobre temas olímpicos, um livro sobre o assunto nem sempre é bem recebido.
         O mais recente caso de “censura” a uma publicação do gênero – “Esporte, educação e valores olímpicos”– é do COB, a pretexto de que as expressões “olímpicos” e “olimpíada”, assim como os aros-símbolos dos tradicionais Jogos são propriedade do Comitê Olímpico Internacional.
Leia na íntegra! Vale a pena conferir, há até uma reportagem com a Dra Kátia Rubio.
Também recebi ontem uma reportagem que saiu na Folha de São Paulo publicada pelo Eduardo Ohata.
COB ENSAIA AÇÃO LEGAL POR PALAVRA "OLÍMPICOS"
Aros e "Olimpíada" também ferem Carta, afirma comitê

Gostaria de deixar minhas considerações também, em certa lista de discussões uma pessoa argumenta que o COI deve intervir em ações que busquem o ganho financeiro associando os nomes dos Jogos Olímp... (ops, quase que tenho que pagar royaltis). Acho apropriado zelar pela marca, afinal o COI quase viu a mesma desaparecer em detrimento de má administração e isso vem dando muito o que falar. Não consegui achar a matéria que li em dezembro, mas se tratava de uma empresa que estava sendo processada por vender camisetas com os dizerem: "Camiseta mais legal, dos Jogos mais legais que acontecerão em British Columbia em 2010". Vi outra postagem sobre a FIFA processando uma taberna de Pretória por utilizar as palavras Copa do Mundo de 2010 em diversos idiomas, tudo bem que a localização do bar é próxima a um estádio, mas parece claro que esta estratégia é usar um "bode espiatório" como exemplo. 
A Dra Kátia Rubio não deve servir de "boi de piranha" do COI, querer promover venda de camisetas e cerveja é uma coisa, basta ter tinta e máquinas não muito sofisticadas e no caso da cerveja um freezer, mas tratar uma acadêmica que dedica anos de sua vida divulgando e ampliando o conhecimento de milhares de pessoas sobre a psicologia, esporte e o Olimpísmo, é dar um tiro no pé das pretensões de um "legado real na educação". Vale lembrar que os autores que ganham dinheiro com livro no Brasil são Paulo Coelho, Augusto Cury, Padre Fábio de Melo... até tomei um susto ao ver o Luís Fernando Veríssimo na 15 posição... curiosamente nenhum acadêmico!
Não sei se esperar bom senso é pedir demais.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Carta Defesa publicada no Blog da ABRAPESP

Foi publicada uma carta defesa que trata do processo de censura do qual o a Prof Dra Kátia Rubio vem sendo vítima.

Por favor leiam a matéria no link da ABRAPESP e manifestem-se!